A convenção de 2024 da International Playing Card Society – IPCS, realizada em Viena, Áustria, de 26 a 29 de setembro, teve como ponto focal os 200 anos do fabricante de baralhos austríaco Ferd. Piatnik & Sohne.
Piatnik é hoje um dos mais antigos fabricantes tradicionais de baralhos, ainda independente. Suas origens estão no século 19, época em que os principais fabricantes de vários países iniciaram o processo de consolidação da atividade, adquirindo produtores do próprio país e de países vizinhos. Formaram, dessa forma, grandes grupos, com produções cuja escala tornava a atividade mais econômica e rentável. Foi assim em países tradicionais na produção de baralhos, como Alemanha, Bélgica, França, Espanha, Inglaterra, e também nos Estados Unidos. Não seria diferente no então Império Austro - húngaro, que dominava parte considerável da geopolítica dos séculos 18 / 19.
Origens e desenvolvimento
Em 14 de maio de 1824, Anton Moser fundou uma empresa para fabricar baralhos, em Neubau, então uma pequena vila perto de Viena. Pouco depois, em 1835, Ferdinand Piatnik, nascido em 1819 na cidade de Ofen (Budapest), iniciou sua formação como aprendiz na fabricação de baralhos com Johan Gravatz. Depois de uma eficaz formação na atividade, concluída em 1839, Ferdinand vai a Viena e se habilita a trabalhar na fábrica de Moser.
Com a morte de Moser em 1842, Piatnik se casa com sua viúva, e passa a tomar conta de toda a fábrica. No ano seguinte, a Abadia Beneditina de Schottenstill, proprietária da área de Neubau na qual a fábrica se instalava, cedeu a Ferdinand licença para que operasse na atividade. A autorização estabelecia que ele não deveria extrapolar os limites de sua atividade e “pagar suas taxas pontualmente...”! Com isso a empresa passou a portar o nome de seu proprietário e operador.
Em 1865 a empresa se muda para Schottenfeld 153, no sudoeste da cidade de Viena. Em 1873 e em 1878, Piatnik recebe medalha de ouro por seus produtos nas feiras mundiais de Viena e Paris, respectivamente, pelo reconhecimento da qualidade de seus produtos.
Dois filhos de Ferdinand com sua segunda mulher, juntam-se ao pai, em 1882, na administração do próspero negócio, resultando na alteração de sua razão social para Ferd. Piatnik & Söhne, até hoje utilizada. Ferdinand Piatnik morre em 20 de julho de 1885. E a empresa passa a ser gerenciada por sua viúva e seus dois filhos mais velhos. Cinco anos depois, ela se aposenta, passando sua função a seu filho menor, que com os outros dois irmãos maiores passa a dirigir a empresa.
Outra data marcante na história da empresa foi 1891. Nesta data novas instalações foram projetadas e construídas, na rua Hütterdorfer, na época ainda uma área praticamente rural, sem outras construções. Não era longe do seu endereço anterior, mas incluía grandes espaços para produção, escritórios amplos e arejados e maquinário moderno, compondo o estado da arte dos projetos industriais da época. Sobreviveu a evolução da cidade, hoje ocupando uma Hütterdorfer Straße 229-231, totalmente inserida na parte urbana da Viena atual. Um modelo externo de fábrica ainda com ares do século 19, mas com maquinário atualizado para os padrões de uma indústria gráfica moderna.
Fig. 1- Evolução das instalações da fábrica de Piatnik: 1862; 1891; 1912; 1973 (atual).
Outro fato marcante deste ano também foi a adoção da logomarca da empresa, mostrando um cavalo e seu cavaleiro. Foi inspirado na paixão de vários membros da família pelos esportes equestres. Essa marca ilustra até hoje os produtos da empresa, com poucas mudanças de imagem desde sua adoção.
Fig 2- Logomarca de Piatnik: 1891 (esquerda). Atual
Os anos seguintes foram de consolidação e de internacionalização. Seguindo a linha dos principais fabricantes de baralhos em todo o mundo, Piatnik passou a adquirir produtores austríacos concorrentes, além daqueles de países vizinhos. Hungria, Polônia, Bohemia (hoje República Checa) e Alemanha foram compondo o grande complexo industrial do grupo, que passaram a portar a marca Piatnik em suas razões sociais. A importância da influência geopolítica do Império Austro-húngaro sem dúvida facilitou a expansão que se verificou. Até hoje o grupo mantém instalações em Budapest, Praga e Mönchengladback (na Alemanha, próxima a Dusseldorf), além da fábrica principal em Viena.
O entreguerras encontrou uma empresa sólida, mas as consequências do colapso do Império Austro-húngaro, além do declínio da economia nos países envolvidos nas guerras, trouxe vários problemas à companhia. As várias filiais e empresas coligadas, foram, no entanto, instrumentais na manutenção do complexo empresarial.
Uma data marcante de progresso industrial se deu em 1951, quando introduziu-se o sistema de impressão offset multicolor. No ano de 1956 expandiu-se a produção, incluindo-se jogos de tabuleiro, que passavam a se ampliar em alternativas e gosto popular. Introduziu-se a produção de jogos com patentes mundiais importantes, como Scrabble, além de várias invenções editadas pela empresa, que se tornaram bestsellers do mundo de jogos de tabuleiro, como DKT (jogo austríaco similar ao popular e famoso Monopoly), Activity e Pass the Bomb. Em 1966 foram introduzidos uma variada gama de quebra-cabeças, com motivos artísticos e turísticos, exprimindo as belezas naturais e a criatividade da Áustria e de outros países.
Com toda esta história, e sofrendo as intempéries de guerras e crises políticas e econômicas, a empresa se mantém sólida há 200 anos. Ainda tem o controle da família, e um de seus membros ainda faz parte do grupo de diretores.
Os baralhos de Piatnik
Como a maioria dos fabricantes do século 18 e 19, Piatnik produziu inicialmente baralhos utilizados em jogos regionais.
Um dos mais antigos é o padrão Trappola, utilizado em um jogo de origem italiana, que passou a ser praticado na Áustria e países vizinhos, mas que hoje não faz mais parte dos jogos comuns da região, sendo de antes da segunda guerra mundial os exemplares ainda produzidos correntemente.
Fig. 3- Trappola; Piatnik. Reprodução em 1988 (original de c. 1890). Deuce de espadas; rei de flores; IX de copas.
Usando sistema de naipe alemão encontramos os regionais de Salzburg e da Bohemia. Ambos ainda são produzidos regularmente por Piatnik. O primeiro, designado no catálogo atual do fabricante como Rie
Fsenjasskarten, e o segundo, usado na República Checa, conhecido como Mariåš Jednophlavy.
Fig. 4a- Salisburghesi Nº 23. Cambissa, 1966. (da esquerda para direita); Deuce de carvalho; oito de corações; valete de guizos; dez de guizos.
Fig. 4b- Bohemia. Piatnik. c. 1940. Deuce de Carvalho; under de espadas; oito de carvalho.
Ainda com naipes alemães é muito popular um baralho regional designado por húngaro, mas que não se limita a este país, sendo popular na Áustria, na República Checa e na Bósnia. Por uma de suas características peculiares, na qual as cartas deuces representam as quatro estações do ano, também é conhecido como Seasons pattern. Deuce é uma carta encontrada em alguns baralhos regionais europeus, com representação de duas figuras de cada naipe respectivo, que têm utilizações especiais em alguns jogos, e compõe baralhos nos quais as cartas numerais vão do seis ou sete ao 9 ou 10, apenas. No catálogo atual, Piatnik apresenta o Seasons como Karo ou Blitz, dependendo da composição.
Fig. 5a- Seasons Tipo A. Piatnik. 2004 (original de c.1872). da esquerda para a direita: öber de folhas; sete de guizos; deuce de guizos; under de guizos.
Fig. 5b- Seasons Tipo A (moderno). Piatnik, 1976. Öber de folhas; sete de guizos; under de guizos.
Fig. 5c- As quatro cartas deuce: guizos (verão); corações (primavera); carvalho (inverno); folhas (outono).
A popularidade de jogos regionais franceses fez com que os baralhos utilizados para suas práticas se espalhassem por várias regiões da Europa do leste, chegando à Áustria e a República Checa na forma de dois baralhos, bastante semelhantes entre si, diferindo em pequenos detalhes, evidentes por suas designações. São hoje usados correntemente nesses países, embora não mais restritos aos jogos que os transportaram até lá, desde a região de Lyon, na França, via Lombardia e Veneza. Utilizando o sistema de naipes francês, os regionais Austríaco Coroa Grande e Coroa Pequena (pelas óbvias características das coroas de suas figuras reais), recebem a designação genérica de Wiener, embora sejam também reconhecidos por designações peculiares, em função dos diversos jogos a que se destinam.
Fig. 6a- Herrngasse Nº407. Piatnik, 2004 (original de c. 1872). Rei de espadas, ás de copas, dama de ouros, oito de paus.
Fig. 6b- (Coroa Grande moderno. Piatnik, c.1976. mesmas cartas da figura 6a.
Fig. 6c- (Coroa pequena moderno). Piatnik, c.1988. rei de espadas, ás de copas, dama de ouros, valete de paus.
Mas os baralhos padrões regionais mais populares, especialmente na cidade de Viena, são os tarôs de naipes franceses. Embora mantendo a conformação típica dos tarôs – contendo as cartas de trunfo, além das cartas associadas aos quatro naipes – difere fundamentalmente dos tarôs de naipe italiano, encontrados na Itália e na França, como o popular tarô de Marselha. Uma característica importante - e diferencial - destes tarôs é a composição das cartas numerais: os naipes pretos (paus e espadas) contém quatro cartas cada um, dos sete aos dez dos naipes respectivos; os naipes vermelhos (ouros e copas) são compostos por cartas dos ases aos quatros.
Embora seguindo características próprias, apresentam variações nos desenhos de suas figuras e, principalmente, das ilustrações nas suas cartas numerais e nos trunfos. Além dos modelos mais padronizados pelos fabricantes, foram desde as primeiras edições objeto da criatividade de artistas. Já no início de sua produção, Piatnik fabricava tarôs vienenses com desenhos exóticos, ampliando a gama de produtos, cada vez mais populares na região dominada pelo império austríaco.
Dentre as designações e tipos mais comuns deste tipo peculiar de tarô, a mais conhecida é a de “Industrie und Glück”, que faz referência à figura estampada no trunfo número II. Nos cafés vienenses (uma tradição local) encontra-se em praticamente todas as mesas exemplares dessas cartas prontas para serem usadas em jogos rápidos entre seus frequentadores, enquanto tomam um café e saboreiam algo leve.
Fig. 7- Damen-Tarock, Piatnik, 2024 (original produzido por Piatnik de 1910 a 1935). Cartas ilustradas (da esquerda para a direita): ás de copas; trunfo 22; trunfo II (Industrie und Glück); valete de ouros.
O catálogo atual dos produtos correntes de Piatnik contém ainda vários modelos de baralhos regionais europeus, afora aqueles que abastecem os mercados dos países que compuseram o Império Austro-hungaro, como Hungria e República Checa, já apresentados acima. O padrão de Paris, extensivamente utilizado na França, é apresentado em vários desenhos de dorso. Padrões regionais para a Alemanha (berlinense e bávaro), Suíça (jass e piquet), Itália (napolitano, milanês e triestino), além de padrões para Suécia e Finlândia, são produtos regulares.
Baralhos de fantasia (non-standard)
Sylvia Mann, autora inglesa de um dos livros básicos sobre coleção de baralhos (Collecting Playing Cards), apaixonada que era pelos baralhos do Império Austro-húngaro, comenta no capítulo de seu livro em que trata de cartas desta região: “... um entusiasmo pela elegância dos desenhos e cuja qualidade chegou ao clímax no século 19 – o que resultou que muitos baralhos de fina produção sobreviveram mais que em qualquer outra parte da Europa.”
Vários destes baralhos foram fabricados por Piatnik. De modo a manter viva esta tradição de arte e bom gosto, compõe a série “Edition Piatnik” – reproduções de edições importantes e famosas, mostrando a colecionadores e apreciadores de baralhos atuais a beleza de exemplares clássicos. Incluem-se nesta série baralhos non-standard, alguns com importância histórica notável. A fig. 8 ilustra alguns deles.
Fig. 8 a- Cloister Playing Cards. Piatnik, 1994 (original editado na Holanda, em c.1475-1480), sobre o tema de caça.
Fig. 8 b- Arnold Schoenberg. Piatnik, 1991.
Fig. 8 c – Ditha Moser Whist- Spielkarten. Piatnik, 1984. Protótipo impresso por Albert Berger, para Wiener Werkstätte em c. 1905-1906. Teria sido editado para comercialização extensiva por Joseph Glanz, em c. 1910.
Mantendo esta tradição, até hoje são produzidos belos exemplares, retratando figuras históricas, locais turísticos e eventos importantes da região.
O baralho internacional
O padrão internacional, também conhecido como “de poker”, originado do padrão inglês – que, por sua vez veio do desenho de baralhos produzidos em Rouen, França – tornou-se, com o advento dos jogos de bridge e poker, os mais populares atualmente, em todo mundo. Podemos afirmar que todos os fabricantes modernos de baralho produzem exemplares deste tipo.
Piatnik produziu vários modelos, seguindo estilos clássicos de outros fabricantes, desde o começo do século 20. Padrões usados por Thomas de La Rue, Goodall, Russel & Morgan (que deu origem a USPC) serviram de base para estes produtos.
Atualmente produz dois modelos básicos, um principalmente para seus baralhos na dimensão de bridge, e outro para seus baralhos com cartas na proporção poker. O primeiro citado constitui-se em um desenho bem peculiar, criação de Piatnik, e que tem sido usado como base para as figuras de baralhos internacionais por outros fabricantes. O segundo, mais genérico, segue um padrão mais universal de desenhos do tipo.
Fig. 9 a- Wheels. Piatnik, 2010. Estilo do fabricante para baralhos na proporção bridge.
Fig 9 b- Classic Poker. Piatnik, 2023. Estilo utilizado em cartas na proporção poker.
Baralhos mágicos!
Viena do final do século 19, com seu esplendor de “fin de siècle”, caracterizou a importância da cultura em seus mais diversos aspectos, destacando-se também nas artes mágicas, especialmente na figura de Johann Nepomuk Hofzinser. Funcionário público austríaco, apaixonado por mágica, nasceu em 1806, em Viena.
Acompanhando a “moda” de espetáculos artísticos para um público pequeno, em seções privadas, muitas delas realizadas em residências, Hofzinser inicia seus salões de magia, em 1857. A tradição desses salões mágicos se manteve até 1866, em vários endereços, sempre em Viena.
Essa tradição, fez com que a arte mágica austríaca se destacasse internacionalmente. Magic Christian, importante mágico atual daquele país, é um pesquisador profundo de Hofisinzer, tendo escrito a obra definitiva sobre ele. Com o título “Non Plus Ultra”, destaca a vida e a mágica de Hofsinzer. Verifica-se nesse extenso e bem documentado livro a especial paixão de Hofsinzer pelos números com baralhos, parte principal de suas apresentações. E essas já tinham as características do que hoje denominamos magia de close-up, com números feitos para uma plateia pequena que assistia aos números de perto. Isso fez com que seja considerado o pai da cartomagia moderna.
A paixão de Hofsinzer por mágica com baralhos fez com que parte de seus instrumentos de trabalho fossem produzidos pelos fabricantes austríacos da época, incluindo baralhos fabricados por Piatnik, evidentemente.
Fig. 10- [Baralho dupla face]. Piatnik, 1913. Cartas especiais para mágicas, sendo um lado com todas as cartas sendo 3 de paus. Embora mais recente, reflete os modelos usados por Hofsinzer em suas apresentações.
E o mercado de baralhos destinados ao público mágico nunca foi esquecido por Piatnik. No início da década de 1980, Magic Christian em parceria com Piatnik publica uma série de baralhos especiais para mágica. Foi utilizada como base os baralhos do tipo internacional com proporções de bridge da série Classic. Cobriu-se toda a gama de cartas especiais, necessárias para a realização de números de mágica: cartas duplo dorso, dupla face, cartas com dorso branco, com diferentes dorsos (rainbow), frente branca, duplo dorso em vermelho e azul e mistas, baralhos com dorso especial para leques, baralhos com conjunto de cartas especiais para diversos truques clássicos, cartas ESP, cartas apenas com números e letras... enfim, nada foi esquecido para armar mágicos com uma ferramenta diversificada, que atendia às várias demandas da atividade.
Infelizmente esta série foi descontinuada, apenas constando do catálogo atual de Piatnik um modelo de baralho Svengali (conhecido no Brasil como baralho rádio), mantido da série original.
Fig 11- Piatnik for professional magicians, by Magic Christian. Piatnik, c.1981. Estojo de baralhos da série, neste caso cartas dupla face.
Atualmente, Piatnik edita dois conjuntos de baralhos para mágica, apresentados pela dupla Tommy Ten e Amélie van Tass. Um deles reúne três baralhos para mágica, com explicações de vários efeitos, e o outro apresenta números de mentalismo com baralhos, incluindo cartas ESP.
Finalizando...
Este artigo se concentrou na história deste importante, tradicional e independente fabricante de baralhos de Viena, Áustria. Por sua tradição e longevidade, sempre controlada por uma mesma família, e praticamente nas mesmas instalações industriais, Piatnik é um importante modelo de constância empresarial. Como fabricante de baralhos é quase legendário!
Uma das comemorações dos seus 200 anos de existência foi a publicação de um livro, com sua história e produtos.
Fig. 12- Livro comemorativo dos 200 anos de Piatnik (2024).
O artigo também procurou apresentar um pouco sobre alguns dos baralhos regionais que ainda são utilizados na Europa, produzidos e distribuídos por Piatnik. Mantem-se, assim, a tradição de jogos de cartas, elementos culturais importantes de regiões, ainda presentes neste mundo globalizado e uniforme.
E apresentou – embora apenas superficialmente – Hofsinzer, importante mágico vienense, que vivendo no século 19, foi um dos precursores da cartomagia moderna, antecedendo a importância que este instrumento de jogo tem trazido a moderna arte de fazer mágicas.
Enfatizamos assim a relevância em se colecionar e apreciar baralhos. Sua diversidade e trajetória histórica oferecem oportunidades de aprendizagem abrangentes e interessantes sobre vários temas, sendo o instrumento cultural singular que é!
CLÁUDIO DÉCOURT (RUBERDEC)
DEZEMBRO DE 2024
Bibliografia
150 JAHRE Piatnik 1824 - 1974. Wien, Wiener Spielkartenfabrik Ferd. Piatnik & Söhne, 1974. 61 p.
HOFFMANN, Detlef. Spielkartensammlung Piatnik; Eine Auswahl. Wien, Wiener Spielkartenfabrik Ferd. Piatnik & Söhne, 1970. 52 p.
MAGIC CHRISTIAN. Non Plus Ultra: Magic of the 19th Century (Johann Nepomuk Hofzinser). Volume 1: Seattle, Hermetic Press, 2013. 392 p.
MAGIC CHRISTIAN. Non Plus Ultra: Hofzinser’s Card Artistry (Johann Nepomuk Hofzinser). Volume 2: Seattle, Hermetic Press, 2013. 469 p.
MANN, Sylvia. Collecting Playing Cards. New Edition, London, Howard Baker Press, 1973. 215 p.
PARLETT, David. Parlett’s History of Board Games. Brattleboro, Echo Point, 2018. 387 p.
PLAYING CARDS 2024: Ferd. Piatnik & Söhne (catálogo de produtos). Wien, Piatnik, 2024. 53 p.
STERNTHAL, Barbara. Ferd. Piatnik & Söhne: Spielen seit 1824. Wien, Piatnik, 2024. 240 p.
Muitobom! Parabéns pelo texto Ruberdec e Koji